quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O verdadeiro valor

Helena era um mulher muito bonita. Vivia se maquiando, passando perfumes, vestindo longos vestidos e saltos de invejar. Tinha um marido. Uma casa com móveis caros, um carro luxuoso e um jardim com todas as mais lindas flores do mundo.
Helena não se importava com o que tinha, passava a maior parte do tempo reclamando da vida, dos seus pertences, e do que pensara em ter.
De manha não acordava o marido com um beijo sequer, resmungava seu ronco, sua barriga que crescera com os anos, e sua mania de querer dormir abraçado com ela.
Marido via Helena como uma princesa, trabalhava como um condenado para dar-lhe conforto e felicidade.
A bela moça, sempre mudava os móveis de sua casa, julgando-os fora de moda e sem brilho. Ofendia o jardineiro, desprezava as faxineiras e cozinheiras, e exaltava sua existência para menosprezar a quem não a agradava. Nada a satisfazia.
Um dia, Marido não amanheceu com Helena.
O jardineiro não foi regar as flores.
As cozinheiras não levaram seu café
As faxineiras não arrumaram sua cama

Haviam se cansado de Helena.

Marido encontrou uma moça que se importasse com ele, e trabalhasse junto a ele para construir tudo a gosto dos dois, compartilhando carinho, sabedoria e companheirismo.
O jardineiro ganhou prazer com as flores do vizinho, e criou o mais lindo jardim do mundo para ele.
As cozinheiras e faxineiras encontraram admiração e respeito em outras casas por seu bom trabalho.

Helena ficou só

Quando percebeu o que fez, já estava só. Divorciada, sem amigos, e cheia de rugas.
Colheu o que plantou, teve o bom e não aproveitou.
Aprendeu a dar valor.


~ * Tai Gomes * ~

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Nossa dança

Nessa dança eu só faço te acompanhar
Logo eu que sabia como dançar
Não olhava para o lado
No salão era só eu e o sapato
E riscava o salto no chão

Nessa dança você me tomou
Seus olhos fixos, me arrebatou!
Para pertinho de ti ficar
No teu ritmo me abalar
E manobrar uma fricção

Agora só danço com você
Todos os passos sei compreender
Ritmados e coreografados
Soltos de alegria e misturados
Motivo exato de contradição

E nessa dança de verdade estou
Me embalando perfumada como flor
E se eu cair você pode me segurar
Ou se não, posso eu mesma me virar
E voltar com os pés no chão.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Não quero

Nada a declarar
não tenho como julgar
escorre das minha mãos devagar
Eu só não quero mais ter que declarar