Helena era um mulher muito bonita. Vivia se maquiando, passando perfumes, vestindo longos vestidos e saltos de invejar. Tinha um marido. Uma casa com móveis caros, um carro luxuoso e um jardim com todas as mais lindas flores do mundo.
Helena não se importava com o que tinha, passava a maior parte do tempo reclamando da vida, dos seus pertences, e do que pensara em ter.
De manha não acordava o marido com um beijo sequer, resmungava seu ronco, sua barriga que crescera com os anos, e sua mania de querer dormir abraçado com ela.
Marido via Helena como uma princesa, trabalhava como um condenado para dar-lhe conforto e felicidade.
A bela moça, sempre mudava os móveis de sua casa, julgando-os fora de moda e sem brilho. Ofendia o jardineiro, desprezava as faxineiras e cozinheiras, e exaltava sua existência para menosprezar a quem não a agradava. Nada a satisfazia.
Um dia, Marido não amanheceu com Helena.
O jardineiro não foi regar as flores.
As cozinheiras não levaram seu café
As faxineiras não arrumaram sua cama
Haviam se cansado de Helena.
Marido encontrou uma moça que se importasse com ele, e trabalhasse junto a ele para construir tudo a gosto dos dois, compartilhando carinho, sabedoria e companheirismo.
O jardineiro ganhou prazer com as flores do vizinho, e criou o mais lindo jardim do mundo para ele.
As cozinheiras e faxineiras encontraram admiração e respeito em outras casas por seu bom trabalho.
Helena ficou só
Quando percebeu o que fez, já estava só. Divorciada, sem amigos, e cheia de rugas.
Colheu o que plantou, teve o bom e não aproveitou.
Aprendeu a dar valor.
~ * Tai Gomes * ~